O Sport Lisboa e Benfica encerrou a 22ª jornada da Liga NOS depois da longa deslocação a Istambul, contra um Desportivo das Aves que sob o comando técnico de Augusto Inácio, tinha ganho três dos últimos quatro jogos, e que mostrou desde o início que pretendia complicar a nossa tarefa ao máximo. Como tal, Bruno Lage não arriscou e apostou no melhor onze que tinha à disposição para este jogo.
O CD Aves tem apresentado um modelo de jogo bastante defensivo, com marcações homem-a-homem em todo o campo, e jogando num sistema com 5 defesas: Diego Galo, Carlos Ponck e Jorge Felipe no centro, e Rodrigo Soares e Victor Costa nas alas; seguindo com Vítor Gomes e Braga no miolo, Mama Baldé e Luquinhas a extremos e Derley a ponta-de-lança.
A estratégia do Benfica para contrariar o sistema defensivo avense passava por fazer uma circulação de bola paciente, de modo a atrair os médios do Aves e abrir mais o espaço entre linhas, depois com Rafa, Pizzi e João Félix a fazer trocas posicionais de modo a causar desequilíbrios à equipa adversária no seu momento defensivo.
A equipa do Benfica inauguraria o marcador logo aos 3 minutos, com Samaris a assistir Seferovic com maestria e o avançado suíço a fazer um amortie sobre o guarda-redes Bernardeau. Estava inaugurado o marcador na Vila das Aves. Aos 9 minutos, Rafa é lançado em profundidade e, marcado por Jorge Felipe, assiste para João Félix que remata contra as malhas laterais. Aos 15 minutos, surgiu nova ocasião de perigo com João Félix a obrigar Bernardeau a aplicar-se, com as recargas de Seferovic e Rafa a embaterem no muro defensivo da equipa da casa.
No momento ofensivo, a equipa de Augusto Inácio procurava bombear bolas longas de modo a explorar a profundidade das "motas" Luquinhas e Mama Baldé. Já a nossa equipa jogava com índices de agressividade mais baixos, quiiçá em gestão de esforço após o jogo na Turquia, permitindo à equipa da casa chegar com a bola jogável no nosso meio-campo. Aos 28 minutos, a equipa avense teve a primeira ocasião de perigo num livre lateral de Victor Costa a testar a atenção de Vlachodimos.
Numa altura em que a equipa avense tinha mais posse de bola, a nossa equipa acabou por aumentar a vantagem. Aos 36 minutos, numa combinação entre Pizzi, Grimaldo, João Félix e Rafa, o extremo ribatejano acabou por rematar colocado, deixando a nossa equipa partir para o intervalo com um resultado mais tranquilo. Ainda antes do término da primeira parte, Vlachodimos seria novamente chamado a intervir a um remate de meia-distância de Rodrigo Soares.
A abrir a segunda parte, o Benfica podia ter logo aumentado a vantagem, com João Félix a testar os reflexos de Bernardeau. Seria aos 59 minutos que o Benfica marcaria o terceiro golo através de um pontapé-de-canto. Após uma saída em falso do guarda-redes adversário, Ferro marcaria golo num chapéu às três tabelas, marcando assim o segundo golo no seu segundo jogo no campeonato. Logo no minuto seguinte, a nossa equipa poderia ter marcado o quarto, com Pizzi a fazer um chapéu que saiu ligeiramente ao lado do poste direito da baliza avense.
Aos 64 minutos, após um passe a isolar Derley, o antigo ponta-de-lança do Benfica acaba por ser travado à entrada da área por Ferro, num lance em que o árbitro Hugo Miguel não hesitou e mostrou cartão vermelho directo (e bem) ao central formado no Benfica. Foi a imaturidade a falar mais alto. No livre que serviu para cobrar a falta, Rodrigo Soares voltou a não conseguir bater Vlachodimos.
Apesar da desvantagem numérica, a nossa equipa manteve o controlo das operações, jogando com serenidade e rapidez nos processos, dispondo de uma nova oportunidade para aumentar a vantagem aos 82 minutos, com João Félix a rematar ligeiramente ao lado, instantes antes deste ser substituído por Zivkovic.
Em terrenos complicados, a eficácia diz tudo. E a nossa equipa soube ser competente e objectiva, marcando golo nas alturas certas, conseguindo aqui uma vitória tranquila sem carregar muito no acelerador, terminando o jogo com 60% de posse de bola. Samaris foi na minha opinião, o jogador em maior evidência. Formando uma dupla cada vez mais sólida com Gabriel, o internacional grego fez a sua melhor exibição desde que regressou ao onze titular, contabilizando 11 recuperações de bola e uma assistência primorosa para Seferovic. Vlachodimos mostrou elevados índices de concentração nas três ocasiões em que foi chamado a intervir. E João Félix voltou a ser essencial a jogar entre linhas.
Seguem-se dois jogos seguidos em casa, a anteceder a deslocação ao Dragão. Carrega Benfica!