terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

O derrube da fortaleza avense


O Sport Lisboa e Benfica encerrou a 22ª jornada da Liga NOS depois da longa deslocação a Istambul, contra um Desportivo das Aves que sob o comando técnico de Augusto Inácio, tinha ganho três dos últimos quatro jogos, e que mostrou desde o início que pretendia complicar a nossa tarefa ao máximo. Como tal, Bruno Lage não arriscou e apostou no melhor onze que tinha à disposição para este jogo.

O CD Aves tem apresentado um modelo de jogo bastante defensivo, com marcações homem-a-homem em todo o campo, e jogando num sistema com 5 defesas: Diego Galo, Carlos Ponck e Jorge Felipe no centro, e Rodrigo Soares e Victor Costa nas alas; seguindo com Vítor Gomes e Braga no miolo, Mama Baldé e Luquinhas a extremos e Derley a ponta-de-lança.

A estratégia do Benfica para contrariar o sistema defensivo avense passava por fazer uma circulação de bola paciente, de modo a atrair os médios do Aves e abrir mais o espaço entre linhas, depois com Rafa, Pizzi e João Félix a fazer trocas posicionais de modo a causar desequilíbrios à equipa adversária no seu momento defensivo.

A equipa do Benfica inauguraria o marcador logo aos 3 minutos, com Samaris a assistir Seferovic com maestria e o avançado suíço a fazer um amortie sobre o guarda-redes Bernardeau. Estava inaugurado o marcador na Vila das Aves. Aos 9 minutos, Rafa é lançado em profundidade e, marcado por Jorge Felipe, assiste para João Félix que remata contra as malhas laterais. Aos 15 minutos, surgiu nova ocasião de perigo com João Félix a obrigar Bernardeau a aplicar-se, com as recargas de Seferovic e Rafa a embaterem no muro defensivo da equipa da casa.

No momento ofensivo, a equipa de Augusto Inácio procurava bombear bolas longas de modo a explorar a profundidade das "motas" Luquinhas e Mama Baldé. Já a nossa equipa jogava com índices de agressividade mais baixos, quiiçá em gestão de esforço após o jogo na Turquia, permitindo à equipa da casa chegar com a bola jogável no nosso meio-campo. Aos 28 minutos, a equipa avense teve a primeira ocasião de perigo num livre lateral de Victor Costa a testar a atenção de Vlachodimos.

Numa altura em que a equipa avense tinha mais posse de bola, a nossa equipa acabou por aumentar a vantagem. Aos 36 minutos, numa combinação entre Pizzi, Grimaldo, João Félix e Rafa, o extremo ribatejano acabou por rematar colocado, deixando a nossa equipa partir para o intervalo com um resultado mais tranquilo. Ainda antes do término da primeira parte, Vlachodimos seria novamente chamado a intervir a um remate de meia-distância de Rodrigo Soares.

A abrir a segunda parte, o Benfica podia ter logo aumentado a vantagem, com João Félix a testar os reflexos de Bernardeau. Seria aos 59 minutos que o Benfica marcaria o terceiro golo através de um pontapé-de-canto. Após uma saída em falso do guarda-redes adversário, Ferro marcaria golo num chapéu às três tabelas, marcando assim o segundo golo no seu segundo jogo no campeonato. Logo no minuto seguinte, a nossa equipa poderia ter marcado o quarto, com Pizzi a fazer um chapéu que saiu ligeiramente ao lado do poste direito da baliza avense.

Aos 64 minutos, após um passe a isolar Derley, o antigo ponta-de-lança do Benfica acaba por ser travado à entrada da área por Ferro, num lance em que o árbitro Hugo Miguel não hesitou e mostrou cartão vermelho directo (e bem) ao central formado no Benfica. Foi a imaturidade a falar mais alto. No livre que serviu para cobrar a falta, Rodrigo Soares voltou a não conseguir bater Vlachodimos.

Apesar da desvantagem numérica, a nossa equipa manteve o controlo das operações, jogando com serenidade e rapidez nos processos, dispondo de uma nova oportunidade para aumentar a vantagem aos 82 minutos, com João Félix a rematar ligeiramente ao lado, instantes antes deste ser substituído por Zivkovic.

Em terrenos complicados, a eficácia diz tudo. E a nossa equipa soube ser competente e objectiva, marcando golo nas alturas certas, conseguindo aqui uma vitória tranquila sem carregar muito no acelerador, terminando o jogo com 60% de posse de bola. Samaris foi na minha opinião, o jogador em maior evidência. Formando uma dupla cada vez mais sólida com Gabriel, o internacional grego fez a sua melhor exibição desde que regressou ao onze titular, contabilizando 11 recuperações de bola e uma assistência primorosa para Seferovic. Vlachodimos mostrou elevados índices de concentração nas três ocasiões em que foi chamado a intervir. E João Félix voltou a ser essencial a jogar entre linhas.

Seguem-se dois jogos seguidos em casa, a anteceder a deslocação ao Dragão. Carrega Benfica!




sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

O dilema dos avançados do Benfica


O mercado de Inverno já fechou e o último dia foi agitado para os lados da Luz. O clube encarnado acabaria por se destacar dos rivais por não ter contratado nenhum jogador, garantido apenas a contratação do extremo brasileiro Caio Lucas para a próxima temporada. Já o último dia em particular, ficaria marcado pelas saídas dos avançados contratados no Verão: Nicolas Castillo e Facundo Ferreyra.

Quem me conhece, sabe a minha opinião em relação a ambos os jogadores e vou colocá-la de parte para este texto. A saída dos dois avançados que acabaram por ter um rendimento decepcionante nas poucas oportunidades que tiveram, sem que houvesse alguém a ser contratado para os seus lugares gerou uma forte contestação por parte dos adeptos. Eu próprio, desejei a contratação de mais um avançado, visto que nenhum dos pontas-de-lança da equipa B me tem convencido.

No entanto, parei para pensar e depois de ter puxado pela minha memória, relembrei-me que esta situação não é inédita no Benfica e que nas últimas temporada, o nosso plantel tem tido quase sempre 3 avançados, sendo que em grande parte das épocas desta década, temos jogado em 4-4-2. Mas para clarificar melhor os factos, pegando no tweet que postei há bocado, irei aqui relembrar o ataque de cada uma das épocas do Tetracampeonato.



Época 2013/2014 - Lima, Rodrigo, Cardozo e Funes Mori


Com aquele que é na minha opinião, o melhor plantel do Benfica dos últimos 30 anos, o Benfica iniciou a época com três avançados: Lima, Rodrigo Moreno e Óscar Cardozo, sendo que o paraguaio esteve grande parte da pré-temporada sem comparecer no Seixal devido ao diferendo com o clube causado pelo incidente com Jorge Jesus no na final da Taça de Portugal. Após um pedido de desculpas público, Óscar Cardozo voltaria a treinar no CFC, sendo reintegrado na equipa mais tarde. Pelo meio, seria contratado o argentino Rogelio Funes Mori ao River Plate a troco de 2 milhões de euros.

A época oficial iniciaria com Lima a assumir a titularidade, com a posição de segundo avançado a ser alternada entre Rodrigo, Markovic e Djuricic, até Cardozo recuperar a condição física, assumindo a titularidade no jogo da 4ª jornada contra o Paços de Ferreira. Depois de desatar a marcar golos, em Novembro contraiu uma lesão que o deixaria no inactivo durante mais de dois meses. Daí para a frente, Lima e Rodrigo viriam a formar a dupla atacante da equipa.

Depois de recuperar, Cardozo viria a ficar no banco de suplentes, alternando com Lima e Rodrigo nos jogos das Taças e da Liga Europa. Funes Mori jogou grande parte da época na equipa B, realizando apenas cinco jogos pela equipa principal. E praticamente com três avançados, ganhámos três títulos e chegámos a uma final europeia.



Época 2014/2015 - Lima, Derley, Jonas e Nelson Oliveira/Jonathan Rodriguez


Óscar Cardozo foi vendido ao Trabzonspor e Funes Mori foi emprestado ao Eskisehirspor. Derley foi contratado ao CS Marítimo após ter sido o segundo melhor marcador do campeonato na época anterior e Nelson Oliveira regressou à equipa após ter sido emprestado ao Rennes. 

No início da época, o médio ofensivo Anderson Talisca jogou a segundo avançado no apoio a Lima. Jonas chegou ao Benfica em Setembro, depois de ter rescindido contrato com o Valência, estreando-se em Outubro no jogo da 7ª jornada contra o FC Arouca. 

Daí para a frente, Jonas formou dupla atacante com Lima, excepto na Champions visto que chegou ao clube já depois do fecho das inscrições. Juntos, marcaram 41 golos nesse campeonato, com Derley a ser a alternativa e Talisca a recuar para o meio-campo. Entretanto, Nelson Oliveira jogaria apenas dois jogos, ambos como suplente utilizado e seria emprestado em Janeiro ao Swansea City. No mesmo mês, seria contratado o uruguaio Jonathan Rodriguez ao Peñarol, mas este só jogou cerca de 10 minutos no jogo da 28ª jornada contra a Académica, jogando mais na equipa B.



Época 2015/2016 - Jonas, Mitroglou, Jiménez e Jovic


Derley foi emprestado ao Kayserispor. Lima jogou no jogo da pré-temporada contra o PSG e pouco depois foi vendido ao Al-Ahli. Nelson Oliveira e Jonathan Rodriguez também fizeram a pré-temporada com a equipa principal, mas acabaram por ser emprestados ao Notthingam Forest e Deportivo da Coruña, respectivamente.

Poucos dias antes da Supertaça, o Benfica anunciou a contratação de Konstantinos Mitroglou, a título de empréstimo do Fullham. Uma semana depois, foi contratado Raúl Jiménez. Os dois avançados alternariam a titularidade entre si na primeira metade da época. Na segunda metade da época, o grego assumiu a titularidade ao lado de Jonas, enquanto o mexicano afirmou-se como a arma secreta da equipa a partir do banco. Pelo meio, seriam contratados no mercado de inverno as jovens promessas sérvias Igor Saponjic e Luka Jovic. Saponjic não passou da equipa B e Luka Jovic fez dois jogos pela equipa principal, ambos como suplente utilizado.



Época 2016/2017 - Jonas, Mitroglou, Jiménez, Gonçalo Guedes e Jovic


Kostas Mitroglou foi contratado a título definitivo a troco de 7 milhões de euros. O gestão inicial dos avançados manteve-se com Mitroglou e Jiménez a alternarem entre si consoante a forma de cada um. Após a primeira paragem para as selecções, os quatro avançados estavam lesionados, o que fez com que a dupla atacante no jogo da 4ª jornada do campeonato contra o FC Arouca fosse formada por Rafa e Gonçalo Guedes e no jogo seguinte para a Champions contra o Besiktas, fosse formada por Cervi e Guedes.

Entretanto, Gonçalo Guedes assumiu o lugar de Jonas durante a sua lesão e seria vendido ao PSG em Janeiro. Daí para a frente, seria Rafa a jogar a segundo avançado enquanto o brasileiro estava indisponível, enquanto Jonas e Jiménez continuavam a alternar, com algumas lesões do mexicano pelo meio. Luka Jovic passaria a época na equipa B, jogando apenas dois jogos como suplente utilizado na equipa principal.


Actualmente, o ataque do clube está entregue a um jovem em ascensão no futebol e a um jogador que está a fazer a melhor época da sua carreira e ao Jonas que mesmo não estando saudável, é capaz de dar um ar da sua graça (isto, meses depois de muitos benfiquistas terem pedido a cabeça do presidente devido à sua possível saída). Infelizmente, Castillo e Ferreyra eram jogadores bem remunerados e não corresponderam às expectativas. E reitero: acho que devíamos ir buscar mais alguém, mas são estes que cá temos e com os quais vamos à luta e como tal, são estes que vamos apoiar.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Regresso de mão cheia


Aguardava este jogo com alguma expectativa. Não só por ser o primeiro jogo em casa em mais de três semanas, mas também porque, em quase um mês a treinar a equipa principal, este seria o jogo que Bruno Lage teria mais tempo para preparar. Do outro lado, estava uma equipa que tinha acabado de sofrer uma chicotada psicológica, com Jorge Couto a assumir o comando técnico da equipa axadrezada antes da chegada de Lito Vidigal.

A nossa equipa entrou com vontade de pegar e assumir o jogo, mas seria o Boavista FC a criar a primeira ocasião flagrante de perigo aos sete minutos, com Tahar a rematar ao poste após um brinde de Gabriel. Tudo não passou de um grande susto, até porque dois minutos depois, os encarnados iriam inaugurar o marcador, com João Félix a finalizar de cabeça após um livre batido por Pizzi.

O golo galvanizou a equipa encarnada, que daí para a frente assumiu o controlo do jogo, procurando três momentos de jogo: ou explorando os cruzamentos devido às fragilidades dos axadrezados no jogo aéreo. ou explorando os momentos de transição ofensiva ou as bolas longas em profundidade, explorando o espaço nas costas da defesa adversária. Os lances de bola parada também tiveram um papel importante, com Rúben Dias a cabecear uma bola à barra a meio da primeira parte, após mais um livre lateral batido por Pizzi.

Acabaria por ser com naturalidade que a equipa de Bruno Lage chegaria com naturalidade aos 28 minutos, num momento de transição ofensiva em que Seferovic foi isolado com um passe em trivela de Rafa e a rematar para defesa de Helton Leite e com Pizzi a encostar para o segundo golo. Daí para a frente, o Benfica continuou a dominar o jogo, destacando-se sobretudo pela pressão sufocante após a perda da bola, fazendo com que a equipa axadrezada não conseguisse sair da zona de pressão para partir em transição ofensiva.

Já a equipa do Boavista, sendo incapaz de dar três toques seguidos na bola, era forçada a recorrer ao chuveirinho para conseguir chegar com a bola ao meio-campo adversário. Num desses lances, acabaria por conseguir sacar uma falta. Através desse livre, conseguiu um canto. E nesse pontapé de canto, a má coordenação da nossa equipa permitiu aos axadrezados reduzir a desvantagem aos 42 minutos por intermédio de Talocha, um golo marcado às três tabelas.

O golo da equipa visitante a fechar a primeira parte confirmou o resultado enganador que se verificava ao intervalo. Contudo, este golo sofrido deixou-me chateado, mas não preocupado. Pois estava convicto de que se a equipa se mantivesse fiel à sua estratégia, mantendo a dinâmica e a agressividade, estaria sempre mais perto de marcar um golo do que de sofrer.

No início da segunda parte viu-se um Boavista com mais atitude e mais presença no nosso meio-campo. No entanto aos 54 minutos, numa das poucas vezes que conseguem enviar a bola para a área, a transição ofensiva dos encarnados voltou a fazer estragos. Após a recuperação de bola, Pizzi para para João Félix, que faz uma arrancada fenomenal e tira um passe a régua e esquadro para Seferovic finalizar.

Depois do 3-1, Bruno Lage começou a mexer na equipa. Aos 61 minutos, Zivkovic rendeu Rafa, com este a ser reconfortado por Rui Costa após a sua saída. Aos 73 minutos viria o quarto golo, com os protagonistas do segundo a trocarem de papéis: Pizzi a rematar para defesa do guarda-redes e Seferovic e encostar na recarga. Se é que ainda houvesse dúvidas, a vitória já não fugia mais. Aos 86 minutos, chegaria a mão cheia com Alex Grimaldo a marcar um daqueles golos de levantar o Estádio, com um remate de fora da área a fazer um arco, contornando o guarda-redes adversário. Até ao final, ainda houve tempo para Vlachodimos ser herói, ao defender uma grande penalidade cobrada pelo veterano Mateus após falta de Samaris.

Foi uma vitória de mão cheia no regresso ao Estádio da Luz, naquela que foi a exibição mais bem conseguida desde a promoção de Bruno Lage, com João Félix e Pizzi em particular evidência. Seferovic marcou dois golos e desperdiçou outros tantos. Tratando-se de um avançado com pouca qualidade técnica, muitas vezes precisa de mais um toque para ter a bola controlada. E muitas vezes, esse toque a mais pode ser o suficiente para um golo certo se transformar numa oportunidade desperdiçada, principalmente contra um guarda-redes com grande envergadura e sentido posicional como Helton Leite. No entanto, o suíço não deixa de ser um jogador preponderante na equipa, pela forma como abre espaços na defesa adversária com as suas movimentações.

Outro aspecto positivo foi a melhoria do comportamento da equipa nos lances de bola parada, que se deve a dois aspectos: primeiro, Pizzi bate as bolas de forma muito mais tensa, ao contrário da forma amorfa como batia os lances, fazendo com que a bola chegasse "morta" à área, tornando-se numa presa fácil para os adversários; segundo, enquanto antes os jogadores mais perigosos no jogo aério ficavam "presos" no coração da área, agora aparecem de trás para ganhar balanço. Reparem no posicionamento do Félix no início do lance do primeiro golo.

Seguem-se dois jogos seguidos contra o Sporting CP, que darão para ver onde esta equipa podrá realmente chegar. Carrega Benfica!

sábado, 19 de janeiro de 2019

Entre a identidade e a estratégia


Dupla missão superada na cidade-berço. Em dois jogos que foram tudo menos fáceis, a nossa equipa conseguiu passar com distinção, apurando-se para as meias-finais da Taça de Portugal e mantendo a distância para o FC Porto no campeonato.

Terça-feira, Bruno Lage manteve o mesmo onze em relação ao jogo nos Açores, excepto na baliza, com Svilar a voltar a assumir a titularidade na Taça. A equipa do Benfica entrou muito bem no jogo da Taça de Portugal, conseguindo controlar o jogo bom bola, jogando no meio-campo adversário. Criou a primeira ocasião logo aos 2 minutos com Zivkovic a obrigar o guarda-redes vitoriano a uma defesa atenta, mas seria com alguma naturalidade que viria a inaugurar o marcador aos 14 minutos, numa jogada que costuma ser bastante aplicada em equipas como o Chelsea e o Manchester City: o defesa-central com a bola controlada no meio-campo adversário, faz um passe longo em profundidade para a área adversária, com o avançado a explorar as costas da defesa. Neste caso, Rúben Dias lançou João Félix (não é Félis, sr Bruno Prata), com este a receber primorosamente a bola, acabando por levar a melhor sobre o guarda-redes João Miguel Silva. Depois do jogo, a equipa vitoriana equilibrou o jogo, estando perto de conseguir o empate aos 19 minutos num remate ao lado de Alexandre Guedes. O jogo permaneceu bastante dividido e disputado, não havendo mais golos até ao intervalo.

Na segunda parte vimos a equipa da casa com uma postura diferente: mais agressiva, mais pressionaste, jogando no nosso meio-campo, fazendo com que o espaço entre linhas na nossa equipa fosse maior, o que nos causou bastantes dificuldades na construção de jogo. Apesar do maior ascendente da equipa de Luís Castro, este traduziu-se em apenas numa ocasião de perigo, num remate cruzado de Davidson aos 66 minutos. De modo a dar uma melhor resposta às constantes alterações de dinâmica da equipa da casa, Bruno Lage procedeu a alterações na estrutura táctica da equipa no momento defensivo, passando a defender em 4-5-1 (João Félix recuou para a linha média, deixando Seferovic sozinho na frente), conseguindo assim estancar a pressão dos vitorianos.

No final, a equipa conseguiu uma suada, mas justa vitória. Svilar esteve bastante seguro, entre e a sair dos postes. Pizzi e Zivkovic sentiram-se particularmente desconfortáveis com a pressão da equipa da casa e estiveram muito discretos, principalmente na segunda parte. Gabriel foi a meu ver, o melhor em campo pela forma como liderou o meio-campo, apesar de não ter sido muito eficaz no passe, graças ao maior espaço entre linhas da nossa equipa.

A meu ver, houve duas mudanças que se destacaram neste jogo: primeiro, os nossos defesas-centrais procuram assumir mais o jogo com bola, saindo a jogar com ela controlada. Jardel ainda se sente muito desconfortável neste papel, visto aos 32 anos (fará 33 no dia 29 de Março), está provavelmente a desempenhar estas funções pela primeira vez na carreira. Segundo, uma maior ligação entre jogadores e adeptos, que se verificou tanto no final do jogo, como no treino aberto aos adeptos no dia seguinte em Fafe.


Seguiu-se o jogo de sexta-feira, desta feita para o campeonato, com Bruno Lage a fazer cinco alterações na equipa titular em relação ao jogo da Taça, com destaque para as presenças de Samaris e Castillo no onze inicial. Já do lado vimaranense, destaque para os regressos de Tozé e de André André

Neste jogo, a equipa do Vitória voltou a entrar em campo com as linhas subidas e a procurar dominar o jogo com bola, montando uma estrutura de 3-4-3 em organização ofensiva. A equipa encarnada, na tentativa de ser mais bem sucedida na construção de jogo a partir de trás, jogou com um duplo pivot no miolo composto por Samaris e Gabriel, mas a pressão exercida pelos médios interiores do Vitória (André André e Amoah) dificultou muito a nossa tarefa. Por outro lado, a nossa equipa explorou as transições ofensivas, revelando verticalidade e objectividade, conseguindo aí duas boas ocasiões de perigo à entrada da área, por intermédio de João Félix e Pizzi.

Já a equipa da casa, apesar de a espaços conseguir jogar no nosso meio-campo, continuava a mostrar bastantes dificuldades em chegar à nossa área com a bola controlada. Com isso, as primeiras ocasiões de perigo também surgiram através de remates de meia-distância, primeiro por André André a rematar à meia volta com a bola a sair ligeiramente por cima, e depois por intermédio de Tozé após um pontapé de canto, obrigando Vlachodimos a uma grande defesa. Já perto do intervalo, o guarda-redes internacional grego voltou a ser chamado a intervir após um remate rasteiro de Alex Guedes, na única ocasião em que os vitorianos conseguiram chegar à nossa área com critério. As duas defesas de Odysseas acabaram por se mostrar decisivas.

Na segunda parte, viu-se o pior Benfica da era Bruno Lage. A equipa da casa começou a fazer uma pressão sufocante sobre a nossa equipa, impedindo-a completamente de construir jogo a partir de trás, tirando ainda partido da falta de ritmo de Conti e Samaris. No entanto, permaneciam as dificuldades em criar ocasiões de perigo. Apesar das dificuldades, a nossa equipa não se deixou levar pelo desespero de mandar chutões para a frente e numa das raras ocasiões em que conseguiu jogar no meio-campo adversário, Gabriel encontra um espaço para explorar em profundidade, para o qual faz um passe a rasgar as linhas adversárias a partir do qual André Almeida fez a assistência para Seferovic encostar. Depois do golo, a equipa da casa foi-se abaixo emocionalmente e a nossa equipa soube gerir o jogo até ao final.


Gabriel voltou a ser dono e senhor do nosso meio campo. Conti também esteve muito bem, apesar d alguns erros forçados pela pressão do adversário. Samaris entrou algo nervoso, mas acalmou com o passar do tempo, realizando uma exibição segura. Cervi passou mais tempo no chão do que a jogar à bola.

Como Bruno Lage falou numa das conferências de imprensa, não é fácil implementar uma nova identidade e modelo de jogo e ter de preparar tantos jogos ao mesmo tempo. E com isso, estes dois jogos deram-nos uma lição muito importante: nem sempre é possível jogar da forma como a equipa quer, mas mesmo quando a equipa está fora da sua zona de conforto, esta tem de mostrar competência. E nesse aspecto, a nossa equipa passou com distinção. Sobretudo, devido à lealdade de Bruno Lage na sua estratégia, que consistia em jogar com um bloco coeso no momento defensivo em vez de sair na pressão ao portador da bola, impedindo assim a criação de espaços na zona central do terreno que a equipa do Vitória de Guimarães poderia explorar. 

Dadas as circunstâncias, deve-se dizer que este resultado é injusto para a equipa de Luís Castro, que nos submeteu a dificuldades que já não víamos há algum tempo. No entanto, devo relembrar três factos: primeiro, com estas duas vitórias, o Benfica atingiu o melhor registo sempre em vitórias consecutivas contra o clube da cidade-berço com 12 vitórias;  segundo; esta equipa vimaranense já derrotou os rivais nesta época; terceiro, antes desta semana, o Vitória SC só tinha uma derrota em casa nesta época (contra o Feirense na 2ª jornada do campeonato).

Segue-se mais uma semana no Minho, desta vez em Braga com a Taça da Liga. Carrega Benfica!

sábado, 12 de janeiro de 2019

Festa nos Açores


Esta temporada ficou marcada pelo regresso do Santa Clara à Primeira Liga. Como tal, pela primeira vez em muito tempo, a equipa principal do Benfica voltou a jogar em São Miguel (a última vez tinha sido em Novembro de 2002), sendo recebida na ilha em clima de grande festa. Por isso, era uma obrigação que a equipa de Bruno Lage desse uma boa resposta a um grupo de adeptos que esperou muito tempo para os voltar a ver em acção ao vivo e a cores.

Quanto ao jogo, a equipa do Benfica apresentou-se novamente em 4-4-2, mas desta vez com Gabriel a oito e descaído para a ala direita, e com Zivkovic na ala esquerda no lugar de Cervi, mas já falarei melhor dessas mudanças. No início do jogo, a equipa mostrou algumas dificuldades em penetrar no bloco adversário, que jogava com as linhas muito juntas, sendo que o vento e a chuva também dificultavam a prática de um futebol mais apoiado. Com isso, a equipa vestida de preto e branco explorou mais as transições e as bolas longas numa fase inicial do jogo. Foi daí que resultou a primeira ocasião de perigo, num pontapé de ressaca de Seferovic por cima, e foi por aí que o Benfica marcou o primeiro golo aos 22 minutos, com André Almeida a recuperar a bola e fazer um passe longo em profundidade, onde uma má abordagem dos centrais Fábio Cardoso e César Martins permitiu a Seferovic aproveitar o espaço nas suas costas e a mostrar frieza no cara-a-cara com o guarda-redes Serginho. Estava inaugurado o marcador nos Açores.

A equipa do Santa Clara sempre mostrou bastantes dificuldades na construção de jogo, muito graças à coesão da nossa equipa, que jogava com uma estrutura defensiva em 4-4-2 clássico mais junta e com um curto espaço entre sectores. Aí, a equipa de Bruno Lage optou por controlar o jogo do adversário fechando o espaço central, de modo a não desmontar o posicionamento defensivo da equipa, criando aberturas que o adversário poderia explorar. Esta situação forçou a equipa de João Henriques a encaminhar o jogo para as alas, onde a nossa equipa já fazia uma alta pressão sobre o adversário.

A primeira parte ficaria ainda marcada pela expulsão de Fábio Cardoso por vermelho directo, num lance polémico onde o VAR entendeu que a falta do defesa-central sobre Pizzi foi feita fora da área. Devo também assinalar que o árbitro João Capela demorou sete minutos a retomar o jogo após o lance. Não é de admirar que o nosso campeonato seja aquele com menos tempo útil de jogo na Europa.

A segunda parte abriu com o segundo golo da nossa equipa por intermédio do capitão Jardel. Num pontapé de canto, Jardel apareceu por trás e balanceado, cabeceou certeiro à baliza defendida por Serginho. Depois deste golo, a equipa ganhou confiança e jogou com uma maior dinâmca e fluidez no ataque, beneficiando também da sua vantagem numérica, criando várias situações de perigo que podiam ter dilatado margem no marcador.

Como referi acima, a equipa do Santa Clara teve muitas dificuldades em explorar o espaço central devido à coesão da nossa estrutura defensiva. As únicas ocasiões em que os açorianos criaram perigo foram em lances de bola parada ou em jogadas em profundidade, explorando aí sobretudo o corredor direito através das incursões de Ukra e Pineda.

Aos 70 minutos, Bruno Lage fez a primeira substituição no jogo ao trocar Zivkovic por Salvio numa mexida que a meu ver, se deveu a um erro de leitura de jogo do treinador. Ao fazer esta substituição, Pizzi passou a ficar descaído na esquerda, com Grimaldo a tomar conta de todo o corredor, sendo que era por esse lado que a equipa do Santa Clara atacava e procurava criar perigo. Para além disso, houve várias ocasiões em que Salvio não acompanhou a equipa na pressão ao portador da bola. Não sei se isto são ainda os velhos hábitos da era Rui Vitória, ou acomodamento pela renovação de contrato, mas Bruno Lage precisa de lhe dar um puxão de orelhas.




Após essa substituição, a equipa não deixou de criar oportunidades de golo, mas revelou maior dificuldade em controlar o jogo com bola, situação que deixou a nossa equipa numa situação um pouco delicada, mas que em nada comprometeu o desfecho do jogo. Destaque ainda para a entrada de Castillo, após durante a semana este ter sido dado como certo no América do México.


Terminado o encontro, o Benfica consegue uma vitória justa e uma exibição bem conseguida. A reedição da táctica que levou o Benfica ao Tricampeonato deu outra solidez e estabilidade táctica à equipa. Gabriel foi o jogador com mais passes certos e recuperações de bola, sendo que a sua capacidade física também assume particular evidência em jogos disputados em relvados pesados. Já Pizzi descaído na ala direita, teve liberdade para flectir para espaços interiores sem grande marcação, oferecendo à equipa outra variante na construção de jogo no último terço do terreno.

É verdade que jogámos uma parte inteira contra dez jogadores e desperdiçámos muitas ocasiões, mas convém também lembrar que apesar da vantagem de dois golos, a equipa manteve a atitude em busca de mais golos e mais importante que isso, teve a dinâmica necessária de modo a chegar à área com vários elementos, coisa que não se via há muito tempo. No final, regressámos ao segundo lugar, e fomos apenas a terceira equipa nesta época a não sofrer golos do Santa Clara.

Na conferência de imprensa após o jogo, o treinador Bruno Lage voltou a fazer referência aos aspectos negativos da equipa que precisam de ser melhorados, nomeadamente os últimos 20 minutos do jogo em que a equipa perdeu algum controlo no jogo, enaltecendo também a reacção fantástica que os adeptos tiveram ao ver a equipa.

A equipa continua a mostrar sinais positivos que nos fazem acreditar em dias melhores no futuro, mas ainda há muito trabalho a fazer. Vêm aí testes mais exigentes nos próximos tempos e a equipa terá de responder a altura. Mas certamente, estamos mais perto disso do que há 10 das atrás.

Carrega Benfica!


sábado, 13 de outubro de 2018

Antevisão - Hóquei em Patins 2018/2019


Esta semana, a última das modalidades de pavilhão a entrar na época oficial é o hóquei em patins, que começa logo com uma tarefa árdua pela frente ao deslocar-lhe ao pavilhão João Rocha para defrontar o Sporting CP. O jogo contra os actuais campeões nacionais será já amanhã, dia 14 de Outubro às 15h. Mas já falaremos melhor sobre a calendarização do campeonato.

A última temporada teve um final decepcionante, na qual consentimos uma derrota caseira com o Sporting quando a equipa tinha o pássaro na mão. Apesar disso, a direcção decidiu renovar contrato com o treinador Pedro Nunes por mais uma temporada (com mais uma de opção), entendendo que tudo aquilo que ele já deu ao nosso clube era um argumento forte o suficiente para dar continuidade a este ciclo. Quem me conhece sabe que eu defendia a sua saída e que o final vergonhoso da última época mostrava que o seu ciclo tinha se esgotado. No enteando, agora de nada me serve estar a criticar a decisão, só me resta respeitar e apoiar a equipa no início de época terrível que vamos ter.

Quanto às mexidas no plantel, a maioria delas já eram conhecidas antes do final da época. O capitão da selecção nacional João Rodrigues transferiu-se para o FC Barcelona, correspondendo ao namoro já antigo do emblema blaugrana, numa transferência que também esteve envolta em alguma polémica. Em troca, viria o argentino Lucas Ordoñez, avançado que faz dupla com Carlos Nicolía. Em termos das características dos jogadores, a nossa equipa fica a perder presença na área, mas ganha mais um daqueles jogadores capazes de tirar um coelho da cartola em qualquer momento. Lucas Ordoñez será daqueles jogadores pelos quais valerá a pena pagar o bilhete para ir ao pavilhão.

https://www.youtube.com/watch?v=fxyJyNaqoFc

Quanto às restantes mexidas que já eram conhecidas, chegaram o defesa-médio Xavi Cardoso do AD Valongo (campeão nacional em 2013/2014) e o guarda-redes Marco Barros oriundo do HC Turquel. O guarda-redes conhecido por "Tuga" já tinha representado o nosso clube em 2008/2009 (sendo na altura suplente de Carlos Silva), está se regresso ao Benfica após sete temporadas ao serviço do clube da "Aldeia do Hóquei".

De saída, esteve Guillerm Trabal para os italianos do Valadagno, após uma época em que perdeu a titularidade para Pedro Henriques; e Tiago Rafael, que tinha tudo acertado para regressar ao HC Turquel, mas que acabaria por ser "desviado" para o Reus. Os jovens Filipe Fernandes e Daniel Machial foram emprestados ao Paço d'Arcos, Pedro Batista foi emprestado ao HC Turquel e Gonçalo Pinto foi emprestado ao AD Valongo.

Já depois do termo da temporada, o SL anunciaria a contratação do defesa Albert Casanovas. O defesa de 33 anos rescindira contrato com o Reus e regressou a Portugal depois de já ter representado a UD Oliveirense entre 2014 e 2016.

A última mexda na equpa surgiu que nem uma bomba. Hugo Santos o jovem de 18 anos que visto pelos acompanhantes da modalidade como o melhor jogador do mundo num prazo de 5/10 anos, rescindiu contrato com o SL Benfica ainda durante o campeonato de sub-20. Inicialmente, a imprensa falou que este tinha sido seduzido por uma proposta milionária da UD Oliveirense, mas o jovem acabaria por rumar ao FC Porto, onde já integra o plantel principal.

Ao todo, o plantel do Benfica destaca-se pela seguinte novidade: ao contrário das últimas épocas, o plantel este ano é composto por 11 jogadores em vez dos 10 habituais. Esta ideia surgiu após uma posposta da FPP em alterar o campeonato, dividindo em duas fases: primeiro; uma Fase Regular em que todos jogam contra todos; e segundo, uma fase em que de divide a tabela classificativa em dois grupos, com um grupo de apuramento de campeão e um grupo que luta pela manutenção, tal como se sucede no andebol. A proposta acabou por não avançar e o campeonato de hóquei em patins continua a ser o único nas modalidades de pavilhão masculinas sem uma segunda fase ou um play-off.

Os actuais campeões nacionais, o Sporting CP, manteve todo o seu plantel, apetrechando-o com dois reforços de gabarito: o internacional argentino Gonzalo Romero, oriundo dos italianos do Forte del Marmi; e o internacional espanhol Raúl Marín, ex-capitão do Reus Deportiu, que foi a principal aquisição do hóquei nacional.

O FC Porto, vencedor da Taça de Portugal e vice-campeão europeu, para além de ter contratado o já mencionado Hugo Santos, contratou ainda Daniel Oliveira ao AD Valongo (mais conhecido por Poka) e o avançado internacional italiano Giulio Cocco, oriundo dos bicampeões italianos do Amatori Lodi.

A UD Oliveirense foi o clube que mais investiu no plantel após uma época decepcionante. Contratou o argentino Emanuel Garcia, o internacional português Jorge Silva, e os internacionais espanhóis Xavi Barroso e Marc Torra (que representou o SL Benfica em 15/16).

Para além destas quatro equipas que lutam pelo título, existem ainda aquelas equipas que, não são candidatas ao título, mas são candidatas a afastar alguém da luta pelo título. O AD Valongo construiu um plantel forte nesta temporada, apostando em jovens como Gonçalo Pinto, e também nos regressos de Nuno Araújo e de João Souto. O Óquei de Barcelos voltou a construir um plantel misto entre juventude e experiência, apostando nos empréstimos de Gonçalo Nunes e Alvarinho. Já a Associação Juventude de Viana tem uma equipa carregada pela experiência de jogadores como Tó Silva e o regressado Luís Viana, mas que nesta temporada também apostou nalguns jovens como o francês Remi Herman e o espanhol Arnau Xaus.

Ora, nas últimas épocas, o campeonato destacava-se pela condicionante dos quatro primeiros classificados da época anterior defrontarem-se apenas nas últimas jornadas. Nesta temporada, o campeonato não tem essa condicionante e à conta disso, o Benfica joga em casa do Sporting na 1ª jornada, vai a Oliveira de Azeméis na 3ª jornada, recebemos o FC Porto na 4ª jornada e vamos a Barcelos na 7º jornada. Como tal, espero que a equipa tenha sido preparada de modo a estar na melhor forma possível nestas premiras jornadas terríveis.

Temos também a participação na Liga Europeia pela frente, na qual calhámos no grupo D con os suíços do Montreux, os espanhóis do Noia (4º classificado da Liga Espanhola) e os italianos do Monza, 8º classificado da liga italiana. Este clube italiano apenas participa na Liga Europeia, porque os clubes stuados entre o 4º e o 7º lugar da Liga Italiana abdicaram sucessivamente da vaga na competição para jogarem na Taça CERS (agora apelidada de Taça WS Europe), entendendo que têm fortes possibilidades de ganhar a competição. Resumindo, se na época passada calhámos no grupo da morte, esta época calhámos num grupo absurdamente acessível. Não ficar em primeiro lugar neste grupo será algo mais do que inaceitável.

Resumindo, este ano, a margem de erro do Pedro Nunes está abaixo de zero. Espero que ele dê mais minutos de jogo ao Miguel Rocha e ao Vieirinha, e que utilize um sistema de rotação mais competente e mais compatível com a nossa equipa, de modo a que jogadores como Valter Neves e Carlos Nicolía não sejam tão sobrecarregados como foram na última época. Amanhã é para ganhar!

terça-feira, 9 de outubro de 2018

UEFA Futsal Champions League - o caminho para a Final Four


Na semana passada, a equipa de futsal do Benfica carimbou o apuramento para a Ronda de Elite da UEFA Futsal Champions League, tendo terminado na liderança do seu grupo com sete pontos conquistados. O sorteio para a Ronda de Elite decorre na próxima sexta-feira dia 12 de Outubro.

Como tal, creio que me compete explicar como se decorre o procedimento daqui para a frente.

Para quem não sabe, a partir da época passada, os três países melhor classificados no Ranking da UEFA passam a ter dois representantes na competição: o campeão e o vice-campeão nacional. Nesta época, visto que o Inter Movistar é o actual campeão espanhol e campeão europeu, e nenhum país pode ter três representantes na competição, o Cazaquistão, 4º classificado do Ranking da UEFA, teve também dos representantes na UEFA Futsal Champions League.

No formato antigo da competição, os clubes mais cotados no coeficiente do Ranking da UEFA eram automaticamente apurados para a Ronda de Elite. No formato actual isso acabou, sendo que todos os clubes terão de passar pela Main Round, mas já lá vamos.

De 28 de Agosto a 2 de Setembro realizou-se uma Fase Preliminar pelos 34 clubes menos cotados no coeficiente, divididos em nove grupos. Os vencedores de cada grupo apuraram-se para a Main Round.

A Main Round disputada na semana passada, foi disputada por 32 equipas divididas em oito grupos numerados de 1 a 8, separados por dois caminhos. O caminho A constituído pelos grupos de 1 a 4, é onde se encontram as equipas mais cotadas no coeficiente de clubes do Ranking da UEFA. Os três primeiros classificados destes grupos apuram-se para a Ronda de Elite. No caminho B, constituído pelos grupos de 5 a 8, apenas o primeiro classificado de cada grupo se apura para a Ronda de Elite.


Na condição de líder do grupo 1, o Benfica integrará o pote 1 no sorteio da próxima sexta-feira e evitará desde já o Barcelona, que ficou em segundo lugar no seu grupo; e o Inter Movistar, Gasprom Ugra Yugorsk e Kiarat Almaty, que lideraram os restantes grupos do caminho A. Devo também informar que na UEFA Futsal Champions League não há protecção de país, o que significa que clubes do mesmo país poderão integrar o mesmo grupo, ao contrário do que acontece no futebol de onze até à primeira fase a eliminar da Liga dos Campeões e da Liga Europa.

Depois, como todos aqueles que acompanham a modalidade devem saber, a Ronda de Elite é composta por quatro grupos com quatro equipas cada, sendo que apenas o primeiro classificado se apura para a Fnal Fuor da competição, que será disputada em finais de Abril, em casa de uma das equipas participantes.

Estando no pote 1, o Benfica irá defrontar um dos segundos classificados dos restantes grupos do caminho A (excepto do seu), um dos terceiros classificados dos grupos do caminho A e o líder de um dos grupos do caminho B.

Como tal, dá para perceber que foi muito importante a equipa de Joel Rocha ter liderado o seu grupo, graças ao facto de ter obtido uma diferença de golos maior que a do Barcelona. E aqui, a opinião poderá variar bastante, mas na minha opinião, dentro da conjuntura do sorteio, o grupo mais complicado seria este.

- SL Benfica
- Sporting CP
- Sibiryak (vice-campeão russo)
- Aqua & Sapone (campeão italiano)

Sexta-feira, veremos se a sorte ficará do nosso lado...
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