O regresso aos trabalhos da equipa de futebol do Benfica está quase a chegar e já se começa a tirar as primeiras impressões quando ao plantel que o Sport Lisboa e Benfica irá ter na nova época. Nos próximos dias irei fazer um exercício de qual será o plantel do Benfica na temporada 2018/2019, posição a posição. Irei começar com a posição de guarda-redes, que é aquela que provavelmente, levanta mais incertezas.
Na temporada passada, o dossier dos guarda-redes foi gerido com um amadorismo gritante.
Poucos das após a conquista da Taça se Portugal, seria anunciada a venda de Ederson Morais ao Manchester City, o que obrigaria o clube a ir ao mercado à procura de um guarda-redes.
Rapidamente se percebeu que para a sucessão, a estrutura do Benfica pretendia um guarda-redes jovem para potenciar e valorizar, com o intuito de render mais um bom encaixe financeiro dentro de alguns anos. Ao fim de uns tempos, tornou-se público qual o nome que o Benfica pretendia: André Moreira.
A escolha do Benfica deixou muitos adeptos desconfiados. André Moreira correspondia ao perfil de jovem promissor, mas vinha de um ano e meio sem jogar de forma competitiva após uma lesão grave contraída quando jogava na União da Madeira. Para além do mais, o jovem guardião pertencia aos quadros do Atlético de Madrid, clube com o qual o Benfica já tem um longo historial de negociatas.
O que estava avançado pela imprensa era que André Moreira seria contratado a título definitivo a troco de 10 milhões de euros (valores completamente absurdos) e quando o acordo ficou fechado, André Moreira começou a treinar no Seixal. Porém, por motivos alheios aos adeptos, o acordo expirou e André Moreira acabaria por ser emprestado ao Sporting de Braga.
Luís Filipe Vieira esclareceria depois na Assembleia Geral realizada no dia 29 de Setembro, que o que estava inicialmente acordado com o Atlético de Madrid era a compra de 50% do passe de André Moreira por valores que não foram revelados, só que no dia em que ele ia assinar contrato e tornar-se oficialmente jogador do Sport Lisboa e Benfica, o clube colchonero voltou atrás no acordo, dizendo que queria vender apenas 30 ou 40% do seu passe. LFV não terá gostado da desfeita do Atlético de Madrid e abortou a transferência. Não sabemos se isto que o presidente é contou é verdade. Mas independentemente de o ser ou não, a verdade é que este caso espelhou o quão amadora foi a gestão do guarda-redes.
O plano que o Benfica tinha era apostar no André Moreira como guarda-redes titular. Júlio César seria uma alternativa que dava experiência e estabilidade. Enquanto isso, Paulo Lopes iria pendurar as luvas e o terceiro guarda-redes seria Bruno Varela, que no meio desta novela, seria resgatado ao Vitória de Setúbal.
No final, André Moreira rumou a Braga e Paulo Lopes ficou mais um ano e o Benfica tinha de ir ao mercado procurar outro guarda-redes. Foram muitos os nomes falados pela imprensa, mas a opção recaiu sobre mais um jovem promissor: o belga Mile Svilar, um guarda-redes bastante promissor, mas que nunca ainda se tinha estreado como profissional.
Como se não bastasse, os problemas físicos de Júlio César voltaram a aparecer e o lendário guardião brasileiro acabaria por rescindir contrato em Novembro, alegando que já não se sentia em condições físicas e anímicas para dar o seu melhor contributo à equipa. No final, aquele que era suposto ser o terceiro guarda-redes da equipa, acabou por ser o titular. O resto, já vocês sabem...
Como tal, esta posição precisa de uma pequena revolução na nova época. Ainda na primeira metade da época 17/18, o clube anunciou a contratação do guarda-redes alemão Odysseas Vlachodimos, oriundo do Panathinaikos e campeão europeu de sub-21 no ano passado. Ao que me parece, é um guarda-redes cujas opiniões têm sido bastante divididas.
Pessoalmente, eu gosto bastante da escola alemã. Por norma, os guarda-redes alemãs são bastante frios e concentrados e apresentam uma boa postura entre os postes. Um aspecto em que ele tem clara vantagem em relação a Varela e Svilar, É que tendo em conta o clube e o campeonato de onde vem, trata-se de um guarda-redes que está habituado a jogar em ambientes de grande hostilidade.
https://www.youtube.com/watch?v=77GQGJJIWhs
Quanto aos que temos por cá, Paulo Lopes irá mesmo pendurar as luvas desta vez, tornando-se no treinador de guarda-redes da equipa de sub-23. Para o seu lugar, pretende-se que o 3º guarda-redes seja alguém formado no clube, devido ao contributo que pode dar nas inscrições para as competições europeias. Apesar de há algum tempo se ter falado no regresso de Moreira, tudo indica que a aposta irá recair no jovem André Ferreira, que vem de uma boa época no Leixões SC.
Quanto aos que nós temos, Bruno Varela mostrou ser um guarda-redes muito curtinho para o Benfica e a sua permanência no plantel não é certa. Quanto a Mile Svilar, por aquilo que ele trabalha e pela sua mentalidade, não tenho dúvidas que se vai tornar num grande guarda-redes, mas ainda está muito verde para o Benfica. Precisa de rodar em clubes de menor dimensão onde possa jogar com regularidade, amadurecer enquanto atleta e aprimorar o seu jogo fora dos postes. Eu diria que ainda vai levar pelo menos uns dois anos a ter condições para ser titular do Benfica.
Entre Varela e Svilar, um deles há-de sair. Estando o brasileiro Renan Ribeiro na calha, creio que ainda não é uma possibilidade descartada contratar outro guarda-redes. Tudo dependerá do que Vlachodimos irá mostrar na pré-temporada. Mas pelo pouco que vi dele até agora, acho que tem condições para assumir a titularidade.
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